Feb 22, 2021
Esta semana foi marcada por 4 polémicas em torno de assuntos e
de indivíduos bastante diversos, uns mais conhecidos do que outros,
que acabaram por trazer a liberdade de expressão, por um lado, e a
radicalização do espaço público, por outro, para a ordem do dia. A
saber: Ricardo Araújo Pereira; o Presidente do Tribunal
Constitucional (João Caupers); o activista Mamadou Ba; e o rapper
catalão Pablo Hásel.
Sendo nós três bons rapazes que muito apreciam os valores da
democracia liberal, decidimos que valia a pena discutir cada uma
destas celeumas e, pelo caminho, tentar perceber os motivos pelos
quais começa a ser difícil manter uma conversa civilizada com quem
quer que seja sobre todo e qualquer assunto.
Começando pela primeira polémica da semana, consta que no último
episódio do “Isto é gozar com quem trabalha”, o Ricardo Araújo
Pereira ousou troçar do plano de vacinação do governo e da
Juventude Socialista. Consequentemente, foram prontamente criadas
duas trincheiras digitais. De um lado estavam os que acham que o
Ricardo é um perigoso fascista (vendido ao grande capital), do
outro os que consideram que o Ricardo é, e será sempre, um perigoso
comunista. A julgar pelas redes sociais, que são um local pouco
recomendável, não há outra hipótese. Ou se está do lado dos
fascistas ou se está do lado dos comunistas. No entanto, se
analisarmos os resultados eleitorais ou as audiências do programa
do Ricardo, ficamos com a sensação de que há toda uma maioria
silenciosa que não é uma coisa nem outra.